Foragido pelos atentados a bomba ocorridos na véspera do Natal de 2022 em Brasília, o jornalista bolsonarista Wellington Macedo de Souza, de 47 anos, foi autuado na Justiça cearense por vilipêndio de cadáver. Na ocasião, ele utilizou e divulgou a foto de uma mulher morta em uma caixão, sem autorização da família da vítima, em uma fake news sobre a primeira pessoa morta por Covid-19 em Sobral, na Região Norte do Ceará.
O caso do vilipêndio ocorreu em março de 2020. Na época, Sobral ainda não havia registrado nenhum óbito por Covid-19.
O prefeito da cidade, Ivo Gomes (PDT), utilizou suas redes sociais para esclarecer, quando a fake news foi divulgada, que não havia nenhuma morte registrada pela doença no município. “Quando tiver, se tiver, serei o primeiro a vir a público com a informação. Não há razão para esconder”.
A primeira morte por Covid em Sobral foi confirmada em 30 de março de 2020. A vítima foi uma mulher de 60 anos, moradora do município de Santa Quitéria, que estava internada no Hospital Regional.
De acordo com portal G1, na denúncia contra Macedo consta que o bolsonarista fez uma publicação em sua rede social do caixão aberto com o corpo enrolado em um pano branco, com um papel escrito “Óbito Covid-19”. Na legenda, ele divulgou a identidade da mulher de 51 anos e afirmou que era a primeira vítima de Covid-19 em Sobral.
A mulher citada pelo jornalista era uma moradora da localidade de Rasteira, na cidade de Forquilha. Ela havia sido transferida para o Hospital Regional Norte (HRN) após dar entrada na unidade de saúde local com dormência no corpo. O óbito ficou comprovado que não foi causado por Covid-19.
Wellington ainda publicou vídeos em seu canal no YouTube repercutindo o caso e acusando Ivo de esconder a morte.
Após a repercussão da fake news, a família da mulher que teve a fotografia exposta e envolvida na notícia falsa procurou a Delegacia Municipal de Sobral e denunciou o uso da imagem com informações falsas, já que na declaração de óbito constava “causa indeterminada”.